Serva de Odin, aquela bela valquíria conduzia os mais bravos guerreiros à Valhala. Fazia esse trabalho com esmero e alegria. Era feliz. O sorriso que se estampava em seu rosto traduzia a serenidade que transmitia a quem estivesse perto.
Era ela uma valquíria. Não a específica funcionária de Freya, mas uma mulher simples, doce, delicada. Sem pressa, sem destino, apenas viva. Namorou muito tempo um moço humilde, de bom coração, mas que foi dispensado quando ela se apaixonou à primeira vista por outro. Com este casou-se, teve dois filhos, e foi feliz por alguns anos.
Cavalgava nos céus com armadura brilhante e punha seu dedo no curso da guerra. Determinada e inteligente, apontava aquele vitorioso. Novamente casou-se e acreditou em amor eterno, viveu com este um belo romance. Mais tarde, já cansada de escoltar o seu herói, saiu de cena.
Foi morar numa casinha no meio do nada, perto de um cemitério. A Valhala estava ali ao seu lado. Sentava-se por horas sobre os túmulos e fumava uma erva para relaxar e para com seus guerreiros poder conversar e combinar o caminho até o salão de Odin, em preparação para o Ragnarok. A festa acontecia todos os dias, uma celebração à vida dos guerreiros e à morte dos deuses que a impedissem de simplesmente viver.
Sua voz de contralto, já de senhora, é imponente, sabe o que diz e o que quer. Não impõe medo, mas autoridade. É mãe de pássaro. É Randgrior, o escudo de paz. É som da ópera de Wagner tilintando no campo. Esquece o que fala no meio da frase, mas nunca se esquece que é abraço em cachoeira, é cheiro de flor e carinho de mato. É tão somente uma val-quíria.
Eita que essa moça anda inspiradíssima ultimamente. Excelente texto! Mais uma vez, parabéns!
ResponderExcluir