Por entre dores caminho
Doendo-se, desgraçadas sortes
Vento, moendo moinho
Por entre minhas dores, mortes.
Por entre minhas dores flutuando
Dádiva, tamanho inferno
Coração se quebrando,
Gelo de um infinito inverno.
Inebriantes dores apenas
Esvoaçavam-se no espaço ardil
Apenas primaveras amenas
Vermelhas, caule de pau-brasil.
Fúteis dores, lágrimas almas
Risos tristes, sons ocos
De todas as mais calmas
Dores, enterro de socos.
Animais, lúgubres enfermos
Caminho doendo meus pés
Dores, doendo a ermo
Para curá-las, o revés
Por entre minhas dores
Caminho, solitária e esquecida
Dores de eternos amores
Por entre dores... morte em vida.
(1999)
É como você mesma disse. Algo assim é difícil de explicar. Mais fácil apenas sentir.
ResponderExcluirMaravilhoso!
Beijos!