Chora, ri, sem saber o porquê
E a virgem pergunta, pergunta o porquê.
É ela a areia da praia,
Dorme por entre rendas e cambraia.
E a virgem dorme, dorme,
Entre seu sono enorme, enorme.
Correndo do vento, a angústia enfadonha.
E a virgem sonha, sonha.
É ela o sorriso do vento
E vem doce, toma meu pensamento.
E ela acha o mundo pequeno!
É a virgem, bebo seu veneno.
Onde ela está não sei agora,
Talvez longe, ela demora.
Não sei que fim ela toma,
A virgem sob uma redoma.
Lá vai ela, pelos campos de trigo,
Nuvem alva, e nenhum amigo.
E a virgem caminha, caminha.
Tropeça por entre as vinhas.
Lá vai ela, com trôpegos passos,
Em seu mundo pequeno, sem espaços.
O alvorecer acontece
Enquanto ela adormece.
E tem tantos mais, ela, a esperta...
E a virgem desperta, desperta.
(1997)
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