terça-feira, 2 de março de 2010

Sonhei que dançava um frevo

Sonhei que estava em Recife, e na praia eu dançava um frevo. Nunca fui a Pernambuco, nunca gostei de dançar e nem sou fã de carnaval, mas eu estava na rua pulando ao levante de "Vassourinhas", no meio do Galo da Madrugada.

Sonhei com o dia colorido, o céu azul, a areia branca, as barracas e os guarda-sóis multicores. O verde das árvores e a brisa que soprava do mar completavam a sensação de estar flutuando.

Sonhei com pipoca, com doce de coco e picolé. Sonhei com tapioca doce, salgada, recheada com jabá. Sonhei com a felicidade do povo, nem que fosse só uma vez ao ano. Sonhei com o carinho delicado do mar em minha pele, com o sal deixando seu sabor sobre mim, com o abraço de cada onda a me aceitar naquele pedaço de Brasil.

Sonhei que caminhava e abraçava as pessoas, e que olhava em seus olhos e dizia-lhes o quanto eu era feliz, apesar de boba. Meu dia colorido até começou a ficar cinzento, mas nem liguei, pois estava dançando, pulando e dando gritos de satisfação.

Sonhei que continuava meu frevo depois que o céu começava a se fechar. E debaixo da chuva, eu pulava e gritava a liberdade, girava a sombrinha e a passava leve por debaixo das pernas. Abaixava e levantava com a mesma agilidade dos passistas recifenses natos.

Sonhei que dançava o frevo da minha vida, a alegria de recomeçar, o sacudir da poeira, a retomada dos meus sonhos. Por isso é que eu "frevia" e fervia na avenida, os braços abertos, rodopiando, minha gargalhada escandalosa e, misturadas aos grossos pingos, as lágrimas de emoção por estar em paz e livre novamente.

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