terça-feira, 13 de outubro de 2020

Sobre Vanusa

 "Hoje eu vou mudar

Vasculhar minhas gavetas

Jogar fora sentimentos

E ressentimentos tolos.


Fazer limpeza no armário

Retirar traças e teias

E angústias da minha mente

Parar de sofrer

Por coisas tão pequeninas

Deixar de ser menina

Pra ser mulher!


Hoje eu vou mudar

Pôr na balança a coragem

Me entregar no que acredito

Pra ser o que sou sem medo.


Dançar e cantar por hábito

E não ter cantos escuros

Pra guardar os meus segredos

Parar de dizer:


Não tenho tempo pra vida

Que grita dentro de mim

Me libertar!

(...)"


Sou fã da Vanusa. Muito. Para mim não há voz no Brasil que combine mais com rock do que a dela (desculpa, Pitty, também te amo!). Tenho acompanhado as notícias sobre sua saúde e soube hoje que ela teve alta do hospital onde estava – completou inclusive seus 73 anos lá dentro – e já está de volta para seus muitos amigos e os filhos que estão sempre por perto.

Vanusa é uma mulher inspiradora. Até um casamento abusivo ela viveu alguns anos atrás, teve que se esconder para não ser mais perseguida. Depois teve o episódio do hino nacional, onde começou a ficar claro um problema de ordem neurológica. Acaba de sobreviver a uma pneumonia severa. E renasce.

Ontem me peguei ouvindo esta música dela, que não estava na minha playlist, mas é das mais conhecidas: “Mudanças”. Ela é puro empoderamento e autoempatia. Não há coisa mais linda que uma mulher quando ela descobre a força que tem. É uma força doce e constante, e que sempre prova seus enormes efeitos no tempo. 

Quando você pensar que não dá conta, levanta essa cabeça, faz a Vanusa e só vai, minha amiga. Suave como a gaivota e ferina como a leoa.

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