domingo, 2 de maio de 2010

Menina ao espelho

Um acidente deformara-lhe o corpo
E perdera de todo a vaidade
Todo rímel era um estorvo
Toda beleza infelicidade

Seis anos, o fulgor já morto
Apelou para a loquacidade
Escondeu-se num sorriso morno
Que lhe ofusca hoje a saudade

Daquilo que não viveu, só molecagem
Brincadeiras de menino com um sentido
Agora com trinta eis a maquiagem

A menina ao espelho não deixa mais caído
O pincel do delineador, agora há coragem
Para pintar seu rosto já não mais dolorido

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